domingo, 24 de janeiro de 2010

Nada vai me sufocar

No meio da mais linda melodia, eu estou pensando em você. E dando lugar para algumas memórias. Memórias que me acompanham e que eu não consigo me desfazer delas. É como se eu estivesse no mesmo lugar que você, mas você não pudesse me ver. Como se eu te tocasse, e você não sentisse o meu toque. Essa saudade desgasta. Essa vontade mata. Esse medo, essa solidão, essa dor no meu coração. Eu sei que tudo vai embora, mais cedo ou mais tarde. Essa dor vai sair, e você não vai entrar. Eu sei, eu sei. Eu só quero que tudo volte ao normal. Só quero sentir seu abraço mais uma vez, nem que for a última. E aí sim.. Aí sim eu posso morrer. Eu não peço mais nada.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Onde quer que você vá..

Em um mar de sentimentos, minhas palavras se perdem. E a única coisa que sobra, é o sentimento que eu guardei no bolso pra te entregar mais tarde.
E o mais tarde chegou, só que você não chegou junto. Você seguiu adiante, aonde eu não podia te enxergar. E você olhou pra trás uma, duas vezes e desistiu. Eu olho a cada segundo que passa.
O passado permanece em mim, ainda. Enquanto você finge que esse passado, foi apenas um sonho ruim.
Eu tenho a certeza de te amar a incerteza de querer. Eu tenho a vontade de viver, e a dor sobre meus ombros.

domingo, 10 de janeiro de 2010

E quebrado, aqui estou

Levantou-se com uma única e corajosa vontade: viver. Caminhando com passos lentos até a janela com pensamentos em sua cabeça. Pensamentos que não o deixavam proseguir.
Tinha uma vontade incontrolável de cortar todos os laços que havia entre si e seus - supostos - amigos. Estava no chão, há um passo de cair - novamente - num poço sem fundo.
Sabia que não tinha ninguém. Sabia que alguém iria ouvi-lo, mas esse alguém seria a parede. Entrava em desespero porque não queria acabar alí, sozinho, sem ninguém o amando. E não estamos falando de um amor platônico ou algo do gênero, e sim um amor de amizade. Alguém que estaria alí só pra aprecia-lo e passar a mão em sua cabeça.
Abrindo assim a janela e olhando para o céu, sentiu uma agonia crescendo. Medo, medo por não fazer algumas coisas - quanto ainda estava no topo, se é que há algum - antes de tudo virar para si.
Molhando a boca no seu café amargo, pensando em tudo - ou quase tudo - que já viveu. Cada momento que ele ainda guardava em si, como se fosse uma fotografia.
Queria poder sair correndo. Mas logo essa ideia se transforma em algo irreal. Correr pra onde. E com quem, ainda por cima?
Não tinha ânimo pra correr. Ainda mais se fosse sozinho. E era assim que ia ser. Sozinho. Não nasceu para sorrir, por mais que as vezes sorria de orelha-a-orelha. Ninguém sabia que era um sorriso momentaneo. Ninguém sabia que alí dentro morava - e ainda mora - a dor. A dor de ser solitário.
Pessoas que um dia falaram: "Eu te amo. Conte comigo pra tudo." queriam apenas algo. Não que ele pudesse dar algo à essa pessoa. E nem ele entendia. Sabia que todos que já passaram por sua vida foram clichês. Foram e ainda são.
Isso dói, machuca.
Colocou seu copo com café sobre a mesa e uma lágrima escorreu de seus olhos. Se posicionou na frente da janela, com um olhar triste e gritou:
- Obrigado. Obrigado por me tornarem o que eu sou hoje. Vocês me magoaram, me machucaram, me mataram aos poucos. E hoje, hoje eu não sinto a dor. Apenas um vazio, seja lá por quem for.
Soluçava de tanto chorar enquanto gritava. Doia mas tinha que ser feito aquilo. Era um recomeço pra si mesmo. Ou não.
Fechou sua janela com delicadeza, havia trancado a sua porta com a chave. Queria deitar, entrar no seu mundo onde todos eram alguém. Onde todos sabiam valorizar. Onde todos se gostavam.
Sim, era uma ilusão. Mas era a única coisa que o restava.
Ou sonhar, para esquecer. Ou continuar vivendo, e se magoando cada vez mais com as pessoas.